Os Kamon são os símbolos heráldicos japoneses ou emblemas dos clãs (família). 家 Ka ou Ie significa casa, família e 紋 Mon pode recorrer a qualquer símbolo. Quanto escritos juntos 家紋 Kamon recorrem especificamente a símbolos familiares. O Mon tem a função semelhante aos brasões da heráldica européia. Porém, também são usados os termos 紋所 Mondokoro, 紋章 Monshô ou somente 紋 Mon.
Calcula-se que há mais que dois mil emblemas de famílias derivados dos Kamon padrões. Consiste, na maioria, um desenho dentro de um circula ou em forma circular. Esses desenhos podiam ser animais, plantas, flores, árvores, objetos, etc. Acredita-se que originaram no período de 飛鳥 Asuka (séc. VI-VIII) sob a influência estrangeira. A maioria dos padrões que servem como a base dos emblemas familiares de hoje foram usado no período de 平安 Heian (séc. IX-XII).
Já no período de 室町 Muromachi e a Sociedade Guerreiro seguinte (séc. XV-XVI), a forma do emblema familiar se tornou mais abstrato e refinado que antes. Ao mesmo tempo, estes emblemas familiares chegaram a ser usados pela classe de guerreiro como emblemas militares. Eles fizeram um papel significante na sociedade dos guerreiros daquela época. No campo de batalha, os Mon serviram para classificar o s clãs (família) e região do exército. Os 指物 Sashimono ou 幡指物 Hata Sashimono, por exemplo, são pequenas bandeiras que levavam o Mon do Clã e normalmente eram carregadas nas costas dos soldados comuns ou 足軽 Ashigaru. Também os Samurais de elite e em proprietários especiais eram fixados essas bandeiras. Nos cavalos de alguns Soldados da cavalaria usavam uma bandeirola conhecida como 馬印 Umajirushi.
No período de Edo (séc. XVII-XIX), na plenitude da era feudal, o uso destes emblemas era estabelecido ao longo do Japão. A heráldica se tornou eventualmente no Japão um sistema de emblemas familiares e seu uso como um distintivo ou símbolo do sobrenome da pessoa. Também nesse período, o 羽織 Haori (Casaco formal), foi popularizado como um vestuário oficial usados em funções e ocasiões formais. A padronização destes artigos de vestuário conduziu a formalização final com a fixação de emblemas familiares. Os Mon eram fixados normalmente na parte posterior e anterior dos ombros e abaixo da cola, nas costas.
Havia, de um certo modo, regras que regulam a escolha e uso do Mon, entretanto a seleção do Mon era geralmente determinada através das repartições sociais. Foi considerado impróprio empregar um Mon que já estava sendo usado por outra pessoa, e ofensivo usar um Mon usado por alguém de um grau alto. Quando acontecia esse conflito, a pessoa com abaixo grau, mudava o seu emblema para evitar ofender o seu superior. Os Mon usados pelos clãs governamentais do Japão eram protegidos, como o Kamon de Tokugawa e do Imperador, legalmente de uso sem autorização.
Ocasionalmente, os clãs protetores concediam o uso do seu emblema aos seus retentores como uma recompensa. Semelhante ao conceder os sobrenomes do protetor, isto foi considerado uma honra muito grande. Alternativamente, o clã protetor podia acrescentar elementos de seu Mon ao de seu retentor ou escolher um completamente diferente. Estes emblemas acabaram servindo como um tipo de cartão de visita.
A popularidade dos emblemas caiu com o fim do sistema feudal, especialmente depois da Restauração de 明治 Meiji, em 1868. Depois do estabelecimento da Nova Constituição, pessoas se tornaram mais interessadas em realizações individuais do que manter sua linhagem.
Hoje no Japão pode-se encontrar emblemas de famílias em quase tudo, porém, sem o mesmo significado e sentimento das épocas de seus ancestrais.
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